quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Pedro 3

Enviado a 8 de Dezembro de 2009, às 21.28h

Viva Inês

A graça e humor fino que lhe dão um estatuto único entre as mulheres bonitas, que fazem qualquer peça Dior resplandecer no mais casual ou formal dos momentos, transforma a atenção que dispensa ao mais pobre dos mortais, frequentadores assiduos das loja dos chineses com nomes estranhos como "xau min tey", cuja tradução desconfio sempre não ser tão inofensiva como parece, um momento único, digno de celebrar com um ruidoso fogo de artífício...

E eu sou um bocado como esses pobres diabos que aproveitam os limites ridiculamente ínfimos da sua capacidade de se movimentar livremente pelos lugares da sua fantasia, pelos poucos cêntimos que encontram no fundo de uma qualquer gaveta esquecida, para se questionar sobre o que fazer com o resto das suas vidas.

E esse é um exercício a que me entrego voluntária e diariamente... com os proveitosos resultados que encontro nas sensações de absoluta liberdade e felicidade de ser e estar, longe dos sonhos por concretizar, longe do ter mais que aquilo posso carregar sem esforço (nos braços ou às costas).

A longa incursão neste peculiar estar, fazem-me sentir e viver o mais banal episódio da minha existência, como a mais extraordinária, imperdível e incomparável aventura, no que para os demais seria um insuportável quadro de vida.

As suas palavras são uma doce pausa no quadro quase sempre previsível (desinteressante, atrever-me-ia a dizer em alguns dos casos) da comunicação restrita e restritiva que me é permitida, nas relações que estabeleço com as mais fantásticas pessoas que cruzam a minha existência.

A forma de estar de que me dá conta revelam uma consciência e uma postura reactiva perante uma vida em que parece que todos se querem a dormir na proximidade do que julgam ser as certezas comuns que garantem a ilusão de segurança na prevenção da dor...
Partilho da sua forma de encarar a realidade. Se não a puder evitar, prefiro uma boa e autência dor de cinco minutos reais, seguidos do que a vida me reservar a seguir, do que permanecer no medo de sentir uma dor que pode nunca acontecer, num estado de vivo-morto, prolongada por tempo indefinido... Deve ser do meu signo!!

Quanto ao meu encantador olhar... não sei se já lhe disse... não se deixe enganar! Sou miúpe e uso lentes de contacto para evitar mostrar os meu lindos olhos azuis (também podem ser verdes, se preferir).
O que me encantou em si, nas breves presenças que me concedeu, foi o seu geito de comunicar, de constante anúncio de uma gargalhada que surge livre e com gosto, próprio de alguém que levanta os olhos do chão, para olhar com prazer e determinação, livre, para todos os desafios que a vida lhe traz nas brisas que lhe tocam a pele. O restante encanto... vem do que neste espaço da virtualidade temos registado.
Se em mim houver alguma coisa para conquistar... confesso-me rendido (eu sei, sou um homem fácil...)

Espero não ter delirado demasiado... A culpa é da sua simpatia e encanto ou da minha insana fantasia

Estarei aqui deste lado pelo tempo que a Inês entender. Também... esteja eu onde estiver, dificilmente poderei estar noutro lugar que não aquele em que estiver. Ainda não tenho o dom da ubiquidade...

Quero que saiba que sinto o maior prazer em recebê-la neste lugar indistinto em que a leio e de onde me partilho nos quadros que lhe descrevo.

Dormi bem ontem... impossível não o fazer com tal encantador aconchego
Quanto ao sol que hoje de manhã me abraçou... não sinta inveja. Não há abraço mais bonito que aquele que cada uma das suas palavras transporta.

Hoje é a minha vez de lhe enviar um beijinho grande e um abraço terno... companhia presente e aconchegante de um sono que desejo descansado

Pedro

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