domingo, 28 de fevereiro de 2010

Inês Hoje - 1

Boa tarde, meu amor.

Numa onda de melancolia pelos momentos em que partilhávamos este espaço com regularidade, e após a recente proximidade destes últimos dias, senti vontade de te voltar a escrever.

Este apartar de ti acarreta sentimentos ambíguos. A nostalgia da tua ausência e o júbilo pelos momentos vividos a dois… que ainda gozam e respiram em cada milímetro da minha pele.

Curiosamente, não passou muito tempo desde que te conheci. Debruço um ligeiro olhar sobre este curto espaço de tempo, e apercebo-me da subtileza com que nos acercámos. Mas, o que me deixa mais surpreendida, é a tomada de consciência do espaço que conquistaste. Quando percebi…… já cá estavas. Sem aviso prévio, mas com uma familiaridade incomum, passeando-te e descobrindo-me em cada recanto meu.

A segurança que os teus passos atestavam, intimidaram-me a avançar nesta partilha… crescente, sedutora. Observei-te silenciosamente, e quanto mais te enxergava mais me apaziguavas a alma e o coração, com as tuas palavras, com os olhos e as mãos. Subitamente, reconheci-te. Afinal, há muito que aguardava a tua chegada, mesmo desconhecendo a tua aparência.

Nunca restou qualquer dúvida que no momento em que surgisses, mesmo sem conhecer os cantos da tua alma e do teu corpo, iria sentir-me em casa. Numa morada onde o tempo parou. Um tempo vivido apenas a dois, onde não é permitida a entrada de mais ninguém. Um tempo suspenso em cada beijo trocado, imersos na insolência superlativa do amor.

Nesse tempo, não cabe mais ninguém… não falta ninguém. Não existem promessas, nem sonhos a cumprir. Calam-se as almas nas mãos que se agarram com fúria, nos corpos que se procuram inundando-se de carícias em cada milímetro de segundo que se nos afoga na pele.

É um tempo. Um momento todo a dois. Suspendo o tempo lá fora, escrevendo mais algumas linhas nos registos dos sentidos acabados de viver. Neste tempo, não há tempo… apenas tu e eu.

E é neste tempo que te envolvo no meu abraço, nos beijos doces que te tocam a pele e te sussurro ao ouvido que te amo.

Inês

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