sexta-feira, 8 de outubro de 2010

quinta-feira, 25 de março de 2010

Inês Hoje - 2

Sem acrescentar nenhuma palavra, que seria facilmente ofuscada pela melodia...apenas um abraço quente e um beijo doce...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Inês Hoje - 1

Boa tarde, meu amor.

Numa onda de melancolia pelos momentos em que partilhávamos este espaço com regularidade, e após a recente proximidade destes últimos dias, senti vontade de te voltar a escrever.

Este apartar de ti acarreta sentimentos ambíguos. A nostalgia da tua ausência e o júbilo pelos momentos vividos a dois… que ainda gozam e respiram em cada milímetro da minha pele.

Curiosamente, não passou muito tempo desde que te conheci. Debruço um ligeiro olhar sobre este curto espaço de tempo, e apercebo-me da subtileza com que nos acercámos. Mas, o que me deixa mais surpreendida, é a tomada de consciência do espaço que conquistaste. Quando percebi…… já cá estavas. Sem aviso prévio, mas com uma familiaridade incomum, passeando-te e descobrindo-me em cada recanto meu.

A segurança que os teus passos atestavam, intimidaram-me a avançar nesta partilha… crescente, sedutora. Observei-te silenciosamente, e quanto mais te enxergava mais me apaziguavas a alma e o coração, com as tuas palavras, com os olhos e as mãos. Subitamente, reconheci-te. Afinal, há muito que aguardava a tua chegada, mesmo desconhecendo a tua aparência.

Nunca restou qualquer dúvida que no momento em que surgisses, mesmo sem conhecer os cantos da tua alma e do teu corpo, iria sentir-me em casa. Numa morada onde o tempo parou. Um tempo vivido apenas a dois, onde não é permitida a entrada de mais ninguém. Um tempo suspenso em cada beijo trocado, imersos na insolência superlativa do amor.

Nesse tempo, não cabe mais ninguém… não falta ninguém. Não existem promessas, nem sonhos a cumprir. Calam-se as almas nas mãos que se agarram com fúria, nos corpos que se procuram inundando-se de carícias em cada milímetro de segundo que se nos afoga na pele.

É um tempo. Um momento todo a dois. Suspendo o tempo lá fora, escrevendo mais algumas linhas nos registos dos sentidos acabados de viver. Neste tempo, não há tempo… apenas tu e eu.

E é neste tempo que te envolvo no meu abraço, nos beijos doces que te tocam a pele e te sussurro ao ouvido que te amo.

Inês

Inês 9

Enviada a 12 de Dezembro de 2009, às 02:16


Boa noite (ou Bom dia), Pedro.


Com os olhos a darem sinal do cansaço que o meu corpo sente, não desisto da minha vigília por este lugar.

Daria tudo para nunca mais sair daqui, se a outros espaços nunca tiver direito, causando qualquer coisa para prolongar estas noites por uma eternidade, de lua calma e fria, calada, aconchegante, como se a noite estivesse em mim, num silêncio profundamente acolhedor.

O título que atribuiu à sua missiva revelou-se um presságio… agora foi a sua vez… de me desconcertar…

Simplesmente avassaladoras… as suas palavras…

Alimentam-me, qual sustento absolutamente indispensável para a minha continuidade neste mundo, em que as almas têm medo do escuro, apreciando o conforto mental e as certezas! São palavras diferentes! Palavras partilhadas nunca escritas para mais ninguém. Palavras ditas pelo que sentimos, por aquilo que somos, por tudo o que de nós damos, por tudo o que escrevemos… Palavras suas, palavras minhas, e não as entrelinhas.

Agracio, a cada instante, por me brindar com a força e a grandeza que imprime a cada frase, com a sensibilidade imensa de quem já viveu o sofrimento dos lugares ocupados, mas vividos a solo, pelo incumprimento de promessas nunca concretizadas. Revejo-me nos devaneios com que me privilegia, numa escrita única, deixando uma impressão digital exclusiva. Enalteço o homem que se manifesta em cada linha, aclamando a liberdade que lhe cabe por direito, deixando decifrar a doce essência da sua alma presente.

Irei descansar, recolhida num abraço que reservou…só para mim…e adormecer mergulhada no seu beijinho com adoçante…

Para si, guardei um beijinho fofo de algodão doce.

Inês

P.S. – Se algum dia, caso o entenda, quiser preencher o lugar à sua frente naquela esplanada à beira-mar plantado, com dois dedos de sol, não hesite em lançar-me o repto. Da minha parte, só haverá uma condição… Que a chávena de café esteja cheia… ;-)

Pedro 9

Enviada a 11 de Dezembro de 2009, às 22:23


Viva Inês


Quando leio os seus textos (de repente senti alguma nostalgia dos tempos em que me deliciava com a recepção das cartas escritas... em que o telefone era caro - ainda é - as distancias intransponíveis e esta coisa dos e-mails nem sequer se desenhava...) sinto que estou a ler os textos de um blog exclusivo que me tem por leitor privilegiado e único.

É uma sensação boa... mas não resisto a perguntar-lhe se nunca pensou em escrever um blog próprio... Seria o seu fã número 1!!!

Hoje sou eu a entregar-me ao devaneio da minha escrita, sabendo-a destinada ao seu entendimento.

Todos os dias chego ao fim com uma terrível sensação de cansaço, acentuada pela sensação de que estou sozinho no lugar onde muitos se dizem querer presentes, fazendo dessa possibilidade uma promessa a cumprir noutro tempo que não este em que me sento à mesa de um lugar de passagem anónimo, bebendo um café vazio...

Levo algum tempo a deixar partir todas as presenças por cumprir... mas acabo por conseguir fazê-lo, à custa de alguma determinação e disciplina.

Consigo resistir à tentação e ao desafio que me é constantemente lançado de, mesmo à distância, aceitar presenças que se cumprem pela ideia de que estou a elas obrigado, pelos compromissos a que entendem que estou ou devia estar vinculado.

Não contrario os entendimentos que justificam, em cada um dos prometidos e propostos futuros presentes, as ausências que dizem impossíveis de contornar. Fazê-lo, não os faria mais presentes do que o são de facto.

O lugar à minha frente continua vazio... Por ter consciência permanente deste quadro da minha existência, aceito todas as presenças, mesmo as virtuais... só não me peçam para olhar para o lugar vazio que tenho à frente e ver quem lá não está, condicionando voluntariamente a minha existência aos gestos que faria se a sua presença fosse efectiva.

Durante anos permaneci prisioneiro dos inúmeros fantasmas que se queriam presentes, mas que estavam sempre noutro lugar qualquer. Reconheço que doeu perceber que tinha a vida feita num oito por via de tudo aquilo que podia ou não fazer, em nome de todas as promessas de presenças por cumprir.

Agora, para desespero dos que não se conseguem aceitar longe, nos lugares em que estão, sem criarem uma rede virtual de laços de promessas a cumprir um dia qualquer, constituída pelas pessoas que tomam por objecto dos seus afectos, digo sempre: entro livre, permaneço em liberdade, e parto tão livre como entrei. Não há antes nem depois, não há histórias a preservar nem propósitos a cumprir. E o que refiro em relação a mim, reconheço no acto, em relação a quem comigo partilha alguma coisa. As relações que estabeleço não valem pelo que vai acontecer... mas pelo que acontece ou não.

E o estranho é que a frieza e dureza que me é atribuída nunca é comprovada pelos factos e actos de que se dão conta na história das suas relações comigo. Torno-me mais afectuoso, mais disponível, mais presente... Mas estranho mesmo, é que há quem prefira de mim a experiência de uma presença fantasiosa e a cumprir, do que a presença efectiva, livre, sem dor, nas condições que a vida permite.

Este é o meu exercício de libertação de todas as ausências de que me dou conta, antes de mergulhar num fim-de-semana absolutamente real, de prazer de me descobrir vivo nos lugares em que estiver.

Sei que tudo isto lhe deve parecer maçador... mas coincidiu com o momento em que me sentei e decidi partilhar-me consigo, por breves instantes.

Guardo de si a ternura e o encanto que ganha corpo na escrita que se permite em relação a mim, seguindo de sorriso posto.

Tenha uma noite de acordo com os seus desejos de bem-estar, com um abraço só seu

Beijinho grande

Pedro

Inês 8 (2)

Enviada a 11 de Dezembro de 2009, às 15:29


Boa tarde, Pedro.


Não se preocupe em me contemplar com esses pequenos intervalos numa manhã que se adivinhou agitada. Nem sempre os compromissos nos concedem tempo para orientarmos a nossa atenção para outros espaços.

Aguardarei, tranquilamente, a dedicação a que me tem acostumado, no momento em que lhe for oportuno.

Também estive numa acção de formação toda a manhã… fui aprender a escrever…. ;-)

Mas, confesso que senti a falta do seu sorriso a desejar-me um bom dia.

Beijinhos doces para lhe adocicarem esta tarde.

Inês

Pedro 8

Enviada a 11 de Dezembro de 2009, às 14:40


Boa tarde Inês


O espaço reduzido que o dia me tem deixado até agora, não me permitiu assinalar o outro lado da mulher que é tanto ou mais cativante que aquela que tem deixado transparecer.

As suas fragilidades terão o peso da atenção que lhes der...

Celebro, nestas breves palavras, a mulher que se tem revelado. Sinto-me reconhecido pelo gesto. Continuamente encantado.

Tentarei voltar com a brevidade possível

Com a ternura e tranquilidade de que sou capaz, abraço-a, esperando que o resto do dia seja cheio de almofadas fofinhas que a protejam em todos os momentos de quebra do seu ânimo.

E... um beijinho grande

Pedro