domingo, 28 de fevereiro de 2010

Inês 9

Enviada a 12 de Dezembro de 2009, às 02:16


Boa noite (ou Bom dia), Pedro.


Com os olhos a darem sinal do cansaço que o meu corpo sente, não desisto da minha vigília por este lugar.

Daria tudo para nunca mais sair daqui, se a outros espaços nunca tiver direito, causando qualquer coisa para prolongar estas noites por uma eternidade, de lua calma e fria, calada, aconchegante, como se a noite estivesse em mim, num silêncio profundamente acolhedor.

O título que atribuiu à sua missiva revelou-se um presságio… agora foi a sua vez… de me desconcertar…

Simplesmente avassaladoras… as suas palavras…

Alimentam-me, qual sustento absolutamente indispensável para a minha continuidade neste mundo, em que as almas têm medo do escuro, apreciando o conforto mental e as certezas! São palavras diferentes! Palavras partilhadas nunca escritas para mais ninguém. Palavras ditas pelo que sentimos, por aquilo que somos, por tudo o que de nós damos, por tudo o que escrevemos… Palavras suas, palavras minhas, e não as entrelinhas.

Agracio, a cada instante, por me brindar com a força e a grandeza que imprime a cada frase, com a sensibilidade imensa de quem já viveu o sofrimento dos lugares ocupados, mas vividos a solo, pelo incumprimento de promessas nunca concretizadas. Revejo-me nos devaneios com que me privilegia, numa escrita única, deixando uma impressão digital exclusiva. Enalteço o homem que se manifesta em cada linha, aclamando a liberdade que lhe cabe por direito, deixando decifrar a doce essência da sua alma presente.

Irei descansar, recolhida num abraço que reservou…só para mim…e adormecer mergulhada no seu beijinho com adoçante…

Para si, guardei um beijinho fofo de algodão doce.

Inês

P.S. – Se algum dia, caso o entenda, quiser preencher o lugar à sua frente naquela esplanada à beira-mar plantado, com dois dedos de sol, não hesite em lançar-me o repto. Da minha parte, só haverá uma condição… Que a chávena de café esteja cheia… ;-)

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